sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Navegar em uma mente sem mim.

Fecho os olhos para tentar mudar meu mundo com os pequenos detalhes, mas nada sobra, só pensamentos se acumulam com um ritmo acelerado. Perco-me no tempo, sem rumo e fico. Quero fugir de mim, quero calar minha mente, é quase um rumo sem saída. Como se perde de você? Como se ganha alguém? Como imaginar uma outra pessoa? Como desvendar um futuro? Como ganhar-se? Como perder-se? Como ir sem dar explicações?
Meu pequeno quadrado, onde eu guardava as lembranças, foi perdendo sua forma e ganhando um novo aspecto, algo abstrato. Fui adquirindo medo de tudo e continuei caminhando, desviei caminhos e me perdi. "Como saber o que é o amor?" são as palavras de última hora, quando você percebe o quanto andou e nada se fez pelo trajeto. Ninguém sabe o que é. Aquilo tudo que era fixado no meu pulsante órgão, tornou-se algo inválido. Quero um momento só meu, mas sem mim, ou melhor, sem meus resistentes neurônios pensantes.
Por mim, daria minha mão ao vento, prenderia-me na liberdade e vagaria com a minha alma leve. Mas algo mais forte que eu, pede para ficar, pede para proteger, pede para cuidar. Então permaneço, sem saber como se ama, mas amando na mesma intensidade.

"Procuro a solidão, como o ar procura o chão..."

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Tão de repente

Eu não me sinto mais. Eu não ouço mais. Não reclamo mais. Não falo mais. Não chamo mais. O que é o meu nome? Sinto-me como a lembrança do esquecimento e me tenho na presença do não ser. Quero tudo e nada, quero você!
Quero tanto que suplico ao meu desejo para que ela me despreze até o fim, pois não quero perdê-lo. Mas o teu encanto está completando os meus poros de tentação e minha mente de alucinação. Quero como os amantes da Lua, que a veem daqui da Terra, a distância que permanecem e que lhe preenchem o coração. Quero tanto que pouco eu posso pedir-lhe isso, eu não tenho autoridade o bastante para que você me veja. Quero o direito de ter e não poder, quero porque te suspiro todos os dias. Oscilo demais, penso demais, navego demais e fico. Fico, porque não tenho escolha ou tenho, mas o medo é quem me diz o que eu faço.

Por isso, luto pela minha causa desconhecida, porque talvez...Talvez, você me queira, liberdade!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quando acordar...

Você pode descobrir que eu fui embora e que deixei tudo desarrumado. Não me preocupei em dobrar o cobertor, de fechar as janelas, só lhe dei um beijo no rosto, antes de ir. Fui e deixei vestígios por ai, para que você pudesse me encontrar, cedo ou tarde. Você acorda, preocupado, percebe que perdeu parte da sua manhã e olha o travesseiro ao lado, ninguém. Então, você tenta se encontrar entre os lençóis e percebe, que eu não voltei mais essa noite, não preparei o jantar e nem o café. Aos poucos, lembra dos dias chuvosos e frios, ficávamos alí mesmo, onde você está agora.
Meu bem, estive longe e deixei meus segredos com você, para você me procurar, mas você não entendeu a mensagem e decidiu desistir. Já preparei várias mesas, já mudei muitas vezes e você continua... sentado, esperando a minha volta. Digo-lhe não volto, não volto pelo simples motivo, de não lhe amar mais, amo outros risos e sorrisos, amo o modo como a vida me trouxe até aqui, amo as histórias que construí. Não se sinta chateado, afinal, tente se levantar, pelo menos uma vez. Vá atrás dos seus sonhos e amores...