domingo, 28 de junho de 2009

O que sobrou da noite passada.

Peguei a fila. A noite estava fria e eu estava sozinha. Muitas pessoas circulando nas ruas e muitos carros indo e vindo. Saindo da minha rotina, entrei em uma porta e observei o mundo em um cubículo. Decidi que aquela seria um noite diferente e nada além. Peguei minha primeira e última garrafa, sentei junto a uns desconhecidos, terminei-a e logo levantei. Segui através do corredor, onde, pessoas e mais pessoas me cercavam. Uma música alta eu ouvia, com sons acústicos e uma vozes conversando e cantando. Em seguida havia outra porta, entrei sem demora. Fechei meus olhos e um som alto, com uma melodia que me deixava elétrica, então, mexia meus pés e meu corpo no ritmo. Pessoas me observavam, por um tempo e depois insistiam em me conhecer. "Quem é aquela louca?". Não ligava, simplesmente porque aquela noite seria a minha e nada mais. Resolvi voltar ao começo. E uma música brasileira empolgante, eu ouvia. E novamente pessoas me observavam em uma frequência chata e interrogatória. Pegando na minha mão, olhando os meus olhos, chegando perto do meu ouvido, fazendo-me confessar o sim ou mentir o não. Ele tão parecido com alguém tão amado pelo meu coração, o mesmo rosto, o mesmo gosto e não a mesma pessoa. Com toda a certeza não era a mesma pessoa, talvez seria mais um homem com tudo o que eu não quero, pois o amado é muito diferente. Mas a face e o jeito de conversar me envolvia de uma certa maneira, que meu coração se enganara e se confundira. Não o amava, mas o deseja. Então, bocas se uniam, com um ritmo da minha música. Um pouco de indiferença percebi em teu olhar e no meu coração, fui-me com a consciência de ter errado. O coração tão frio, não havia beijos quentes e nem carinho, não tinha nada. Triste fiquei, porque pensei no meu amado. Faltava algo naquela madrugada, mas eu me divertia. Finalizei-a com a falta que ele me faz. Fui-me e meu amor ficou, ainda fica.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Não importa!

Cada vez que eu me aproximo, em uma tentativa de tê-lo mais quente, você some, deixando apenas o seu cheiro pelo caminho. Da sua boca, dos seus lábios, a sua língua, já não sinto mais beijos e também não ouço mais a sua voz. Nossos ósculos ferventes, que já foram tão próximos, ficaram marcados apenas na memória. Ahh, lembranças tristes da minha pele, que as suas mãos deslizavam pelo meu corpo e se entrelaçavam pelos meus cabelos. O que importa?
Pouco a pouco, meu corpo vai perdendo a temperatura, pois o seu já não está mais tão perto. Os meus olhos vão se fixando nos móveis e nos lugares que ainda permanecem as lembranças. Minhas mãos soltas, frias, já estão a procura do seu rosto para acariciá-lo. Descansei-me na loucura, para sonhar com a esperança de tê-lo de volta.

“Talvez seja ele, ainda, o segredo do riso dela. Não há memória mais terrível do que a da pele; a cabeça pensa que esquece, o coração sente que passou, e a pele arde, invulnerável ao tempo.” (nês Pedrosa)

domingo, 14 de junho de 2009

Você é e sempre será...

Não sei explicar o que me envolve em você, é um afeto muito grande sem segundas ou terceiras intenções. Talvez seja um segredo nosso, compartilhado pelas palavras seladas, pelos olhares sinceros, pelas mãos frias e abraços quentes. Eu e você, em pedaços de um amor para vida inteira, sem ressentimento, sem medo e sem culpa, somos como um beijo silenciado pelo carinho da eternidade de mãos dadas pelo companheirismo. Dizer que ama, não é um problema; dizer um segredo, não é um problema; dizer que você é especial, não é um problema. Então, eu te amo na qualidade de um mistério especial, só nós sabemos, especialmente, os olhares sabem. A curiosidade de saber, tirou da boca palavras jamais ditas e fez o coração acelerar e sentir-se tão mais quente e mais envolvente. Nada mais além, apenas eu e você. "Deixa assim ficar subentendido"

Tão bem- Lulu Santos

Ela me encontrou, eu tava por aí
Num estado emocional tão ruim
Me sentindo muito mal
Perdido, sozinho
Errando de bar em bar
Procurando não achar
Ela demonstrou tanto prazer
De estar em minha companhia
Que eu experimentei uma sensação
Que até então não conhecia
De se querer bem
De se querer quem se tem
E ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Anyone Else But You

"Você é um amante de meio-período e um amigo em tempo
integral
O seu vício é a última moda,
Eu não vejo o que qualquer um pode ver,
Em qualquer outra pessoa,
Além de você.
[...]

Você está sempre tentando ser verdadeiro
Eu estou apaixonada pelo jeito como você se sente
Eu não vejo o que qualquer um pode ver
Em qualquer outra pessoa
Além de você
[...]

Os pedregulhos me perdoam,
As árvores me perdoam,
Então, por que você não pode me perdoar?
Eu não vejo o que qualquer um pode ver,
Em qualquer outra pessoa,
Além de você"

quarta-feira, 3 de junho de 2009

É um jogo sério

Nos segredos que contamos, nas piadas que fizemos, nos abraços que deixamos de dar, nos sorrisos que amamos, nos risos que nos encontramos, tudo tornou-se um jogo raro. As peças do jogo só se encaixam eu e você; no tabuleiro, a rotina, a vida. Sinto que você está ganhando e eu fico logo atrás de você. Você disfarça teus erros, e, cabe a mim, resolver-me em teus mistérios. Talvez seja você o segredo do meu sorriso e eu seja a sua memória esquecida. Tão longe e tão perto daquilo que insiste e não existe.

Desejo e mistério
Falta e presença
Arte e construção
Delicadeza e paz

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Foi tão distraído

E assim, de detalhe em detalhe, que o teu 'eu' foi desenhando no meu papel em branco. Sem quase perceber, que do preto e branco, foi saindo cores e mais cores, na qual eu me sinto encantada, em cada traço dos nossos tempos. Em um arco-íris você me desenha e na ponta da ponte, eu lhe vejo longe.
Eu e você, em uma frequência que eu tenho medo de dizer, como se nós dois não soubessemos para que lado foram pedaços de nós, que talvez devem ter se encontrado sem que nós percebessemos. "É como se a gente presentisse tudo que o amor não disse"(Lenine). Digo agora a minha aflição que ficou presa no ar e que me sufoca por palavras que não posso dizer à você. O meu amor ao teu, está sendo construído pela essência do silêncio com o tempero da irônia da paixão.

"Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Mas somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...
E digo." - Lenine