quinta-feira, 2 de abril de 2009

Silêncio simultanêo

É o que me faz voltar várias vezes ao início e as sensações de verão em pleno outono, trás lembranças quase quietas. É complicado! Pois, enquanto fico sozinha, talvez em noites, dividindo pensamentos com a lua, você aparece me segurando pela cintura, trazendo-me seu rosto junto ao meu, abrindo os olhos para fixá-los aos meus e seus lábios...
Enquanto partes de nós revelam-se esquecidas, as outras, querem lembrar somente das fotos guardadas na gaveta de lembranças, na cabeceira da cama. Então, fingimos trocar de rumo. Mas quando menos esperamos, a saudade bate a porta para dizer um "Olá" e senta para tomar café da tarde, no meio da semana ou até em todos os pores do sol.
Só você consegue atingir o ponto da minha inspiração. Eu ouço os seus passos querendo voltar, mas vejo seu coração se distanciando. Já não me vê como antes, mas aspira a volta daquilo que nunca aconteceu. Então, você pensa em mim frequentemente, sem se dar ao luxo de querer me perder em alguma parte do seu destino. E em qual parte eu te encontro? Não sei em qual delas você me deixou ou ainda vivo ativa em teu coração.
Viso pontos de reticências em nossa história e respostas tão incompletas quanto pontos de interrogação que pairam sobre nossas cabeças. E isso, deixam espaços entre os meus abraços e tão rara lembrança de tê-lo amado.

"Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão-
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído." - Fernando Pessoa

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